NEM SEMPRE O MAR É DE ROSAS, MAS DE CACTOS!

Quem será o próximo milionário? Quarenta e cinco hábitos para conquistar sua independência financeira. Feche os olhos nesse momento e vislumbre sua viagem aos Emirados Árabes a bordo do Airbus 380, na “first class“.

Já imagine aí a Hilux, 2020, com todos os itens de série inclusos, menos a seta, pois principalmente aqui em Fortaleza, é um item caríssimo e só os muito ricos, e escolhidos a dedo podem incluir na compra do seu possante.

 

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Pois bem, todo esse discurso, frases de efeito “coatizadas” (*termo que eu criei, relacionado à coach), são para incutir na mente da gente que algo extraordinário precisa acontecer nas nossas vidas, para que possamos ser realizados, felizes, completos.

Longe de mim um olhar lateral e pessimista sobre a vida. Acredito que não é um erro querer progredir, conquistar, comprar, ter um bem bacana, viajar, mas o problema é que muitas coisas estão envolvidas até você conseguir concretizar todas essas coisas, baseada nesses “argumentos indutivos”.

Percebe-se que nesses apelos contemporâneos a regra é ter mais. O que supre a “carência” de “ter” e por outro lado, a carência emocional é acumulada. Um disfarce perigoso, pois por trás disso há um quê de ilusão e um vazio que nenhum bem ou conquista material pode suprir.

Às vezes temos a tendência de achar que, por sermos “filhos do Rei”, viveremos mergulhados em pétalas de prosperidade. Não vamos mais passar por privações, doenças, escassez, guerras, como se tudo fosse um “marzão” de rosas e a gente bem acomodado no transatlântico curtindo a vibe do mar Egeu… (Eita Deus!).

E como fica aquela parte na Bíblia que diz: “… No mundo tereis aflições… […]? Agora o bicho pegou! Sim, porque ao invés de rosas, orquídeas, violetas, Hinode, e margaridas, você tem cactos no caminho. O que se faz necessário aprender a retirar proveito dos espinhos, armazenar verdades no seu interior, fortalecendo a sua identidade em Cristo, fazendo valer a força interior que existe dentro de você, que é o Espirito de poder, amor e moderação e não o de covardia (II Timóteo 1:7).

Apesar de conterem na sua maioria espinhos, o cacto também possui flores representando a beleza e a simplicidade. 

Não acredito que as aflições por si só, seja o desejo de Deus para nós, mas acredito que Deus nos ama a um grau tão grande que nos dá a oportunidade de escolhermos se nós queremos realmente estar com Ele, mesmo nas situações adversas.

Deus está sempre conosco e esses desertos que atravessamos vez por outra, é sempre para nos ensinar algo que de outra forma não aprenderíamos. Cabe a nós, humildemente pedirmos a Ele sabedoria para interpretar os ensinamentos da travessia.

Nossa tendência humana é complicar as coisas e não ser grato pelas pequenas conquistas. Parece que só importa os grandes acontecimentos, as grandes realizações, o que torna essa inversão de valores perigosa, pois quanto mais alimentamos a ambição por “ter”, ao invés de “ser”, mais vontade temos de passar por cima de qualquer coisa, inclusive da vontade de Deus, pelo bel prazer de ostentarmos.

Por isso esqueça esse “lenga lenga” de discurso “mar de rosas”, que não é verdade, afinal para todas as conquistas há linha ténue a ser ultrapassada, existem lutas, um preço e se ligue que, mesmo sem entender o que o momento está proporcionando, Deus está com você, lhe dando forças, proteção, vitalidade e depois que passar essa saga, você vai olhar para o cacto e agradecer por Deus ter lhe inspirado a romper seus próprios limites, assim como fez com Noé, Abraão, Gideão, Davi e muito outros que se permitiram ser tratados quando saíram da zona de conforto e tiveram a ousadia para superar as impossibilidades que se encravaram no caminho.

É natural preferir às rosas, aos cactos, já que estes têm espinho, mas o valor dele não diminui por isso. A dor que ele causa, é na verdade uma proteção.

Para deixar o caro leitor desse artigo mais animado, complemento o versículo citado acima: “Tenho-vos dito isto, para que em mim tenhais paz; no mundo tereis aflições, mas tende bom ânimo, eu venci o mundo (João 16:33)”.

por Aline Xavier