De todos os animais que compõem a natureza, o que mais me chama atenção é a borboleta.
Você sabe como ela nasce?
Através de um processo de metamorfose,
Por meio do qual ela experimenta várias vezes a própria morte.
Bem… Para mim, é semelhante ao processo de uma semente,
que precisa ser dilacerada para se tornar
Uma árvore frondosa e resiliente.
Voltando para a borboleta…
Minha sensação, às vezes, é que parece um processo um tanto quanto deprimente;
E, ao mesmo tempo, inspirador
Pois começa como lagarta
Que tudo que sabe é rastejar
Mas, chega um momento da sua jornada
Que precisa dar uma difícil e desafiadora cartada;
Se recolhe a um casulo; o que me faz pensar
No tamanho da dor que esse processo pode lhe causar.
Existe um tempo certo para todas as coisas
E durante esse tempo de resguardo,
Lá dentro do casulo, a borboleta vai amadurecendo,
E com a transformação acontecendo,
Vai descobrindo do que é capaz.
Do seu corpinho molenga, começam a sair:
Um par de antenas, três pares de patas e um par de asas.
É impossível que isso não mexa com sua paz.
Quantas vezes as pessoas interrompem esse processo;
Pensando em ajudar, e
O que na verdade fazem, é atrapalhar,
Porque enquanto ela não tiver força suficiente para o casulo quebrar;
Não conseguirá alçar vôo e certamente morrerá.
Mesmo quando consegue concluir essa empreitada;
E em uma linda borboleta se transforma;
O que muitas vezes ninguém nota é
Que ela só sabia rastejar,
Afinal, era uma lagarta, não precisava voar.
Então, concluída a longa espera,
A ela ainda cabia aprender e aperfeiçoar,
A nova demanda que agora lhe impera:
Mais do que alçar vôo, permanecer no ar;
A questão, também, não era simplesmente voar e sustentar;
Porque, para assim proceder,
Precisava cuidar para não se perder.
Além de todas essas transformações, há uma que ela não pode esquecer
O fato de que sua vida, enquanto adulta, costuma ser breve
E nesse curto período de vida, a ela ainda cabia uma importante tarefa
Entender que um legado, ela ainda deve.
Pois, é nesse estágio que ela é consegue conceber
E garantir que sua espécie consiga sobreviver.
Pense quantos desafios uma borboleta precisa sofrer…
Para aprender e desenvolver,
Aquilo que ela nasceu para fazer,
Para ser.
Acredito que com a humanidade, isso não seja tão diferente;
O que ela precisa mesmo é aprender a ser:
Disposta, paciente, resiliente…
Para não interromper o próprio processo,
E fazer com que uma parte dela venha a morrer definitivamente;
Só porque não teve a coragem de a um processo se submeter.
Para voar mais alto,
A borboleta precisou, primeiro, rastejar; e,
A uma desconhecida batalha enfrentar,
Para sua identidade e valores conseguir firmar.
Por que será que alguns de nós, passa a vida sem entender,
Que, enquanto não estivermos dispostos, à metamorfose enfrentar,
Não conseguiremos ter asas para voar,
E, assim, os próprios limites transcender?
Até quando vamos ignorar que isso…
O nome disso, é VIVER!?
Por Gleici Nobre