O Evangelho nos conta a história de um cego que estava sentado à beira de
um caminho, pedindo esmolas, e que, ao saber que Jesus vinha passando, começou a
gritar: “Jesus, Filho de Davi, tenha compaixão de mim”. As pessoas que iam à frente
da multidão que seguia Jesus, repreendiam o cego, mandando que se calasse, mas
ele continuava a gritar, até que Jesus para e pergunta o que ele deseja. O homem
diz que deseja ver de novo. E Jesus lhe diz: “Veja! Você está curado porque teve fé”.
Esta história se repete todos os dias, na vida de todo o ser humano. Deus está
sempre passando pela estrada de nossa vida. Ele passa todos os dias, trazendo a cura
que precisamos e desejamos.
À beira do caminho estamos nós, cegos pelo nosso orgulho e autossuficiência
que nos levam a não reconhecer o Deus Criador e Pai, porque nós somos nossos
próprios deuses, mendigando amor, aceitação, dignidade, senso de significado e
propósito.
A multidão das vozes dos valores do mundo — materialismo, humanismo,
hedonismo, individualismo — grita para que nos calemos e que continuemos ali
sentados, acomodados, passivos, mendigos de livros e filosofias de autoajuda, dos
antidepressivos, de salvadores, de religiões cheias de regras e dogmas.
Mas nunca é tarde, sempre é tempo, de ouvirmos o grito de socorro de nossa alma
cheia de fé Naquele que passa justo na hora que precisamos, ou seja, sempre.
Síria Giovenardi
@siriagiovenardi