No momento da tempestade, no olho do furacão, só enxergamos o caos e nada mais. É como o efeito dominó, basta uma peça cair, que todas caem em seguida e tudo fica confuso, bagunçado, obscuro, sem perspectiva de como será superar o cenário pós-guerra.
Exatamente o que o mundo enfrenta atualmente com a pandemia do Covid-19. A cada dia a sensação é de que estamos a caminho do penhasco, em razão do impacto que essa tribulação vem causando a humanidade, na saúde pública e na economia.
As autoridades têm se movido incessantemente para tentar conter o avanço do vírus letal, mas ele ainda está em vantagem, fazendo cada vez mais vítimas. Mediante esse panorama a medida mais eficaz para conter a contaminação em massa e superlotar os hospitais, que não têm estrutura suficiente para atender um número elevado de pacientes, é o isolamento social. É senso comum entre todas as autoridades mundiais, que o fato de não transitarmos, evitando aglomerações, os índices de propagação da doença tendem ser amenos.
E diante desse fato, observamos que além de permitir um contato maior com a família, a desaceleração da rotina, a oportunidade de aprender com essa experiência, têm causado “frisson” nas pessoas. Algumas estão sofrendo, porque estão tão acostumadas à rotina frenética de trabalho, deixar o filho na escola, reuniões intermináveis e sem soluções, transito desordenado, que o fato de “parar” ou de mudar os hábitos, gera ansiedade, reclamação, depressão, dor, mal-estar, deixando de lado lições preciosas que estão sendo apresentadas, para que propicie crescimento e fortalecimento de laços, outrora perdidos.
É fundamental que nesses momentos de crise, busquemos forças para superar os traumas e recomeçar sempre que for necessário.
Ciclos assim, nos permitem superar dificuldades e desafios e se fortalecer a partir de situações adversas.
Veja bem, observou-se que a natureza, antes acometida de tantas intervenções humanas, que a prejudicou, exterminou, devastou, agora renasce de modo que, foi contemplado um céu mais limpo, sem o cinza da poluição, na maior metrópole do Brasil, que é São Paulo, os canais da cidade de Veneza, na Itália ressurgiram com muitos tons azuis e até com peixes, com a redução do movimento na orla de Pernambuco, 97 tartarugas-de-pente nasceram e puderam adentrar o mar em segurança.
Os impactos da crise certamente nos frustram e desmotivam, contudo nos oportuniza valorizar as pequenas vitórias e mudar o nosso olhar. Aliás, fazer com que olhemos ao nosso redor e reparemos no outro, na maneira como ignoramos um pedido de socorro, uma pausa para contemplarmos o quão Bom é Deus, que permite-nos viver. Alguns chamam de o poder da resiliência, até concordo sim com o conceito, mas eu diria o poder do arrependimento, do amor, da gratidão e da empatia. Um bom exercício para esse engrandecimento através das lições aprendidas no caos, é observar mais, ser mais atento às necessidades do outro, ao invés de somente às suas.
“Não se deixem vencer pelo mal, mas vençam o mal com o bem (Romanos 12:21).”
Paz!
Aline Xavier!