VOLTANDO A VIVER

Enfrentar a dor do passado, examinando nossa história à procura da verdade é essencial para nossa restauração, principalmente quando somos auxiliados pela graça de Deus, na Pessoa de Seu Filho Jesus.

“Se insistirmos em viver nas trevas de nossas lembranças, estabeleceremos uma falsa concepção de nós mesmos. Ficaremos impossibilitados de escolher nosso caminho e nos tornaremos escravos do passado, repetindo no presente os padrões inconscientes estabelecidos no passado.

Para sermos “como a luz da alvorada, que brilha cada vez mais até a plena claridade do dia” (Pv 4:18) temos de abandonar a segurança irreal da imagem construída e nos tornar vulneráveis. Precisamos ir ao encontro da “criança” ferida, envergonhada e/ou culpada que, queiramos ou não, cada um carrega. Precisamos ter coragem suficiente para encarar e assumir que temos um lado frágil e dependente.

Deus aceita nossa fragilidade. Tanto aceita que veio ao mundo na pessoa de Cristo, identificando-se conosco ao nascer como um bebê frágil e dependente da presença e do cuidado de outros. Já adulto, Cristo também experimentou a fragilidade. Em Mt 26:40, lemos que antes do Calvário, em sua dor, Jesus reclamou a participação e companhia de Pedro e João. A Bíblia relata que Ele estava profundamente angustiado e aflito. Ele se permitiu sentir angústia, medo e tristeza. Mas, às vezes nós não nos permitimos sentir nenhum sentimento que possa denunciar nossa fragilidade. Vivemos como se fossemos melhores e mais fortes que Cristo.

Se Deus nos aceita e se identificou com nossa impotência tornando-se um de nós, criança e frágil, então também podemos aceitar nossa fragilidade, dependência e necessidade. Devemos, primeiro, permitir que aflore em nós tudo o que repousa em nossa memória e que insistimos, consciente ou inconscientemente, em não ver. Precisamos perdoar quem nos feriu e fazer as reparações a quem nós ferimos. Depois, é só ir ao encontro de Jesus, em quem encontramos restauração e vida abundante!”

Extraído do livro Ressurreição Interior, Esther Carrenho, pgs 129 a 131.