Na caminhada espiritual de restauração, o Passo 9 é o passo da reparação dos
relacionamentos: Fizemos reparações diretas a tais pessoas sempre que possível,
exceto quando fazê-lo implicasse prejudicá-las ou a terceiros.
Reparação é a atitude de liberar perdão às pessoas que nos magoaram e machucaram
e de pedir perdão às pessoas que nós magoamos e ferimos com nossos vícios
compulsões, maus hábitos, erros e falhas de caráter.
Estas reparações devem ser feitas em amor, estendendo a mesma GRAÇA que nosso
Poder Superior Jesus Cristo estendeu a nós.
Graça… Favor. Algo que se recebe gratuitamente, sem que custe nada e pelo qual
não se paga. Favor que o homem não merece, mas que Deus livremente lhe concede.
Graça… Um presente de Deus… Não merecida… Aceita pela fé… Expressão do amor
de Deus que nos aceita como somos… Fruto da morte de Cristo na Cruz… Eterna.
Como fazer reparações agindo com Graça?
Faça uma lista com os nomes das pessoas com que você deve fazer reparações.
Pense em cada pessoa e na mágoa ou ofensa a ser perdoada ou pela qual pedir
perdão.
Reflita e avalie seus sentimentos atuais em relação à pessoa (raiva, dor, medo,
revolta, ódio, desejo de vingança, decepção, vergonha, culpa, amor próprio
ferido, etc).
Ore e apresente esta lista de pessoas e seus sentimentos a Deus, abrindo mão do
direito de vingança, de revidar, do amor próprio ferido e do orgulho e,
principalmente, de qualquer expectativa.
Peça a Deus que prepare seu coração e o coração da pessoa com quem você vai
fazer reparações para a conversa que terão.
Peça a Deus que lhe mostre o melhor momento para esta conversa e para que lhe
dê sabedoria e amor ao fazer as reparações.
Nossa vida é como uma caminhada, ao longo da qual vivemos bons momentos e
maus momentos. Encontramos pessoas legais que nos fazem o bem e nos amam e
outras que nos fazem mal, machucam, ferem pelo desamor, rejeição, egoísmo,
orgulho. Também, encontramos pessoas a quem nós fazemos o bem e pessoas a quem
nós machucamos e ferimos pelo desamor, mentiras, orgulho, egoísmo, rebeldia.
Por isso, temos que levar um bom estoque de PERDÃO na bagagem. E lembrar de
usá-lo, todos os dias, associado com doses generosas de AMOR e MISERICÓRDIA.
Agora, como pensamos erroneamente que perdão é um sentimento, geralmente
temos muita dificuldade de perdoar e pedir perdão. Se focarmos nos sentimentos de
culpa e indignação, vamos focar nosso pensamento e atitudes em quem é e em quem
não é culpado, em quem foi injusto e em quem foi injustiçado. E nosso orgulho será o
árbitro parcial que decidirá sempre a favor de nossa absolvição e condenação do
outro.
No entanto, perdão é uma ação. Ação de se livrar de uma culpa, uma ofensa,
uma dívida e etc. Portanto é uma decisão, um ato de vontade, uma escolha.
Também, o perdão é uma via de mão dupla. Precisamos perdoar e pedir perdão.
Perdoar para limpar a alma da amargura gerada pelos rancores e ressentimentos.
Pedir perdão para aliviar o peso da culpa, remorso, vergonha atormentadores da
alma.
Por fim, temos que lembrar que perdão é a receita de Deus para manter os
relacionamentos saudáveis, não só com as outras pessoas, mas com nós mesmos. Seja
qual for o tamanho da ofensa recebida ou feita, o caminho da restauração dos
relacionamentos passa sempre pelo perdão.
Temos de nos dispor a perdoar e a pedir perdão, senão nossas feridas nunca
sararão e nossa consciência nunca ficará limpa.
Síria Giovenardi
Há um natural sentimento de impotência e incapacidade diante do desamparo e
desesperança da pessoa que expressa a intenção de se suicidar e/ou já fez tentativas.
A família geralmente é o maior um fator de proteção e tem um importante papel no cuidado e
assistência à pessoa que tentou suicídio e ainda se encontra em crise. Por isso deve entender a
importância de sua presença e participação nos cuidados que a pessoa precisará receber.
Acolher os sentimentos de angústia, insegurança, medo, frustração da pessoa
Não julgar, repreender, minimizar, ignorar
Demonstrar compreensão, empatia e apoio para que a pessoa se sinta mais segura, acolhida,
compreendida e respeitada
Manter a calma, pois a pessoa pode se apresentar muito ansiosa, alterada, confusa,
agressiva, sintomas de culpa e pensamentos distorcidos
NÃO DEIXAR A PESSOA SOZINHA
Conhecer a gravidade e riscos da situação
o Ter um plano de monitoramento da pessoa e de segurança:
o Conhecer as situações (gatilho) que desencadeiam a ação suicida
o Aprender a lidar com pensamentos e momentos de angústia
o Afastar os meios que possam ser usados para a autoagressão
o Manter a pessoa consciente das ‘boas razões para continuar viva’
o Atividades que reduzam a ansiedade: esporte, passatempo, grupos de apoio
o A pessoa ter alguém para apoio e como acessá-la rapidamente
o Informações sobre como contatar o médico, o psicoterapeuta
o Contatos de serviços médicos de emergência e de resgate
Centro de Valorização da Vida – CVV – https://www.cvv.org.br/
Vidas Preservadas – http://www.mpce.mp.br/caopij/projetos/vidas- preservadas/
PRAVIDA – https://www.pravida.com.br/
Instituto Bia Dote- http://institutobiadote.org.br/
Centro de Atenção Psicossocial (CAPS)
Síria Giovenardi
SETEMBRO AMARELO,
o mês de valorização da vida e da prevenção do suicídio
Existem inúmeros fatores de risco, mas os mais comuns são:
– Transtornos mentais
– Depressão grave
– Uso de drogas
– História familiar de suicídio
– Pensamento suicida
– Tentativa de suicídio anterior
– Abuso físico e sexual
– Desestrutura familiar e
violência doméstica
– Isolamento social
– Luto
– Desemprego/Aposentadoria
– Fracasso escolar, profissional, financeiro, de relacionamentos, viuvez
– Desamparo e abandono social e familiar
Fonte: Botega, psiquiatra, professor da UNICAMP, especialista e autor de artigos e livros sobre suicídio
FATORES DE PROTEÇÃO CONTRA O SUICÍDIO
– Disposição para buscar e receber ajuda médica e psicológica
– Abertura às mudanças de comportamento e de estilo de vida
– Capacidade e disponibilidade para fazer uma avaliação da realidade e de si mesmo
– Estrutura familiar estável
– Senso de responsabilidade em relação à família
– Pais presentes, atenciosos e consistentes, no caso de adolescentes e jovens
– Ter apoio e suporte em situações de necessidade
– Integração e relacionamentos sadios com familiares, amigos, vizinhos
– Trabalho
– Adesão a valores e normas socialmente compartilhados
– Prática religiosa e outras práticas coletivas (esportes, grupos culturais)
Síria Giovenardi
Por que falar de um assunto tão triste? Porque isto pode salvar vidas e pode
renovar a esperança de quem acha que não vale mais a pena viver.
Desde 1990, o suicídio é considerado um problema de saúde pública e as estatísticas têm aumentado significativamente, evidenciando um crescimento do número de casos entre jovens e adolescentes.
Cerca de 800 mil pessoas morrem por suicídio todos os anos.
Para cada suicídio, há muito mais pessoas que tentam o suicídio a cada ano.
O suicídio é a segunda principal causa de morte entre jovens com idade entre 15
e 29 anos.
79% dos suicídios no mundo ocorrem em países de baixa e média renda.
106.374 mortes por suicídio foram registradas de 2007 a 2016 no Brasil país, segundo dados da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS, 2018) Também, precisamos compreender o suicídio sem as distorções dos mitos e
preconceitos em relação às pessoas e ao ato suicida. Só assim poderemos ajudar pessoas que estão enfrentando esta dolorosa situação em suas vidas.
O sofrimento, e o pensamento suicida é sinal de um grande sofrimento, é uma ameaça que nos cerca de três lados: do nosso corpo, do mundo externo e de nossos relacionamentos com os outros. Mas há esperança. Os estudiosos do comportamento suicida defendem que a fé e a construção de uma rede social de apoio podem ser fatores essenciais no combate e prevenção ao suicídio. Há um caminho de restauração para quem luta com sentimentos de autodestruição que começa com 3 passos:
Passo 1
Reconhecer nossa impotência diante do desejo de por fim à própria vida para escapar do sofrimento.
Passo 2
Vir a acreditar na existência de um Poder Superior, Deus, e no Seu poder e amor para nos dar significado e propósito a nossa existência, fazendo por nós o que não podemos fazer por nós mesmos.
Passo 3
Entregar nossa vida e vontade a Ele para que Ele restaure nossa mente, transformando pensamentos e sentimentos de tristeza, desesperança e desejo de morrer em alegria de viver.
Síria Giovenardi