Para tudo há uma ocasião, e um tempo para cada propósito debaixo do céu: tempo de nascer e tempo de morrer, tempo de plantar e tempo de arrancar o que se plantou. Eclesiastes 3:1-2
Quem já tentou abandonar um comportamento compulsivo, prometendo que faria novamente, na maioria das vezes viu falhar sua boa intenção e esforço para cumprir o prometido.
É preciso compreender a impossibilidade de tomar decisões para a vida toda, quando se trata de maus hábitos.
Um hábito é estabelecido pela repetição. Para sua extinção é preciso não repeti-lo, vez após vez, até que se perca a vontade de praticá-lo.
Tem-se mais chance de sucesso, quando nos limitamos a fazer propósitos por um dia apenas, justamente o dia que estamos sempre vivendo: o dia de hoje.
Seja qual for nossa compulsão, podemos nos manter sóbrios um dia de cada vez.
Por isso, não fiquem preocupados com o dia de amanhã, pois o dia de amanhã trará as suas próprias preocupações.
Para cada dia bastam as suas próprias dificuldades. Mateus 6:34
Cada novo dia pode nos trazer alegria, tristeza, esperança, frustração, ou emoções fora de controle. Na tentativa de abafar o sofrimento emocional e aliviar a ansiedade podemos passar a comer ou comprar compulsivamente, perder horas nas redes sociais, fumar, beber, usar drogas, ou a nos lançar em relacionamentos destrutivos.
Quando passamos a confiar no amor e cuidado de Deus, descobrimos que podemos desfrutar do bem e sobreviver ao mal que cada dia nos traz e, principalmente, escolher como iremos viver o novo dia.
Dicas para viver um dia de cada vez:
Síria Giovenardi, psicóloga, conselheira cristã e colaboradora do Celebrando Restauração.
@siriagiovenardi
O Passo 4 (Fizemos um minucioso e destemido inventário moral de nós mesmos) nos incentiva a examinar e avaliar detalhadamente toda a nossa vida, desde a infância até os dias atuais. Esta autoavaliação é chamada de Inventário Moral.
Inventário Moral é o registro descritivo de pessoas e acontecimentos significativos – bons e ruins – que constituem a história de nossa vida. Através dele enumeramos todos os fatos e pessoas relacionados a cada fase de nossa vida: infância, adolescência, juventude, idade adulta.
É, também, uma avaliação corajosa e honesta do impacto e influência, favorável e desfavorável, dessas pessoas e eventos na nossa vida.
O Inventário deve ser detalhado e minucioso, para que Deus possa nos mostrar nossa participação em cada evento e como isto afetou a nós e aos outros.
Escrever o Inventário Moral é encarar com coragem nosso passado, identificar as raízes e causas de nossos vícios, compulsões, falhas de caráter, maus hábitos, bem como nossos traumas e mágoas que se refletem em nosso sofrimento emocional com, amargura, ira, depressão, ansiedade, dificuldades de relacionamento e tantos outros desajustes emocionais e comportamentais.
Se queremos mesmo ser restaurados, precisamos sair da negação, admitir nossa inadequação e adotar um novo padrão de viver.
Isso exige coragem, honestidade e responsabilidade, pois somente reconhecendo prontamente quem temos sido, podemos fazer mudanças positivas em relação ao que estaremos nos tornando.
Que tenhamos a coragem de encarar nosso EU prisioneiro das insanidades que desgovernam nossa vida e, corajosamente, saltando para a liberdade de um EU ressignificado, dando o Passo Quatro e fazendo um destemido e minucioso Inventário Moral de nossas vidas.
Assim, estaremos no caminho para a Paz.
Síria Giovenardi, psicóloga, conselheira cristã e colaboradora do Celebrando Restauração
@siriagiovenardi
Na caminhada de restauração de Doze Passos, quando chegamos ao Passo Quatro (Fizemos um minucioso e destemido inventário moral de nós mesmos), somos desafiados a encarar dois aspectos de nossas vidas: nosso passado e o nosso EU interior.
Por que olhar para o passado?
O passado pode nos manter aprisionados a mágoas, rancores, ressentimentos que, como fantasmas, ficam rondando a nossa vida, impedindo que vivamos o presente pleno e construamos um futuro promissor.
Para deixar o passado para trás, devemos identificar os fatos e pessoas que nos machucaram. Feito isso, oramos a Deus, perdoamos a pessoa e enterramos a nossa mágoa e rancor. Também, precisamos identificar as pessoas que magoamos e o que fizemos para magoá-las, orar a Deus pedindo perdão e depois pedir perdão a elas. Assim, nos libertamos de sentimentos de vergonha, remorso e culpa que tanto mal nos fazem.
Por que olhar para nosso EU interior?
Além de um passado sombrio, nossa vida, quando está desgovernada, é devido a nosso EU interior, nossa alma estar prisioneira a emoções descompensadas, pensamentos insanos e falhas de caráter que nos arrastam a comportamentos destrutivos que raptam nossa vida e nos escravizam.
Só somos livres quando somos capazes de nos ver pelo avesso; quando encaramos nossas carências; quando limpamos o lixo da nossa mente, escondido debaixo do tapete; quando levantamos as pedras postas em cima dos buracos da alma; quando tiramos a peneira com que pensávamos tampar o sol causticante da dor.
Só quando encontramos nosso verdadeiro EU assustado e escondido no canto mais escuro do porão e o trazemos para a luz da verdade sobre nós mesmos, tornamo-nos verdadeiramente livres.
Portanto, abandonem a velha natureza de vocês, que fazia com que vocês vivessem uma vida de pecado e que estava sendo destruída pelos seus desejos enganosos. É preciso que o coração e a mente de vocês sejam completamente renovados. Vistam-se com a nova natureza, criada por Deus, que é parecida com a sua própria natureza e que se mostra na vida verdadeira, a qual é correta e dedicada a Ele.
Efésios 4:22-24
Síria Giovenardi, psicóloga, conselheira cristã e colaboradora do programa Celebrando Restauração
“É melhor haver dois do que um, porque duas pessoas trabalhando juntas podem ganhar muito mais. Se uma delas cai, a outra a ajuda a se levantar. Mas, se alguém está sozinho e cai, fica em má situação porque não tem ninguém que o ajude a se levantar… Dois homens podem resistir a um ataque que derrotaria um deles se estivesse sozinho.” Eclesiastes 4:9-12 NTLH
Amigos que dão apoio e relacionamentos saudáveis são absolutamente necessários para uma restauração bem-sucedida.
Precisamos de alguém para nos encorajar a praticar os passos e nos apoiar nos momentos de desânimo ou possíveis recaídas. Se estivermos sozinhos, estamos especialmente vulneráveis aos nossos vícios, maus hábitos e falhas de caráter.
Precisamos buscar ajuda e apoio dos outros, formando uma rede de relacionamentos. Isso nos dará forças adicionais, sabedoria e proteção contra nossas dependências e compulsões.
Esse é o papel de um Padrinho/Madrinha, no programa de Celebrando de Restauração.
Há também, o(a) Parceiro(a) de Prestação de Contas que tem um papel importante, no dia a dia da nossa caminhada, pois é com ele que fazemos prestação de contas do nosso progresso.
Enquanto lutamos contra nossos vícios e maus hábitos, geralmente evitamos falar sinceramente sobre nossos problemas com outras pessoas. Entretanto, é importante que busquemos apoio nos relacionamentos que nos ajudarão a enfrentar a verdade.
A sinceridade e a prestação de contas são essenciais à nossa restauração. A influência de amigos verdadeiros e que andam de acordo com a vontade de Deus, nos ajuda a permanecer no caminho correto.
SÓ POR HOJE … eu vou conversar com meu padrinho/madrinha sobre meus segredos, pois sei que eles podem me adoecer se continuarem como segredos.
Síria Giovenardi, psicóloga, conselheira cristã e colaboradora do programa Celebrando Restauração
Há pessoas que desde sua infância tiveram uma vida muito difícil, enfrentando dificuldades, lutas, frustrações, decepções, injustiças e perdas.
A vida é como uma rosa, bonita mas com espinhos, fere e pessoas feridas com quem nos relacionamos também nos ferem. E, nem sempre, conseguimos fugir das consequências.
Porém, não precisamos viver a vida machucados e com dor. Podemos escolher como iremos viver e fazer do limão uma limonada. Podemos viver na perspectiva de um ESTADO DE SER, quando nos definimos como “eu sou uma pessoa sofredora”. E quem sofre é VÍTIMA. E vítima é passiva diante da situação de sofrimento. E uma das características mais notáveis do ser humano é sua capacidade
de fazer ESCOLHAS.
Assim, podemos escolher pelo não conformismo e pela não vitimização. Escolher tirar o olhar da dor e olhar para além dela, para o que podemos aprender com ela. Esta escolha com certeza nos faz com que possamos nos mover para a condição de SOBREVIVENTE.
Sair do cárcere da dor não é fácil, mas é possível. Estender o braço e virar a chave; isto é o ponto da virada do jogo, do levantar, sacudir a poeira e dar a volta por cima, da caminhada rumo à restauração emocional espiritual, da ressignificação de vida.
E se a pessoa sobrevivente levantar seus olhos e reconhecer que não está abandonada à sua própria sorte, que há um Deus Criador que com ela se importa e que a ama incondicionalmente, ela se torna uma VENCEDORA.
Síria Giovenardi, psicóloga, conselheira cristã e colaboradora do programa Celebrando Restauração