Os estudiosos do comportamento humano, numa visão integral e sistêmica, definem o ser humano como um ser bio-psico-sócio-espiritual.
Então, para o diagnóstico da depressão, devem ser consideradas as quatro dimensões da pessoa: física, mental (processos cognitivos e emocionais), social e espiritual. A depressão afeta todas essas áreas, apresentando sintomas em todas elas. Alguns exemplos: Área física: alterações do apetite e do sono, fadiga, dores musculares
Assim, o tratamento da depressão, também, deve seguir uma abordagem integral. E, na dimensão espiritual, os 12 Passos são uma preciosa ferramenta para a terapêutica da depressão.
PASSO 1: a pessoa tem a chance de perceber que sozinha ou só com remédios não conseguirá superar a depressão e seus sentimentos de fracasso e incapacidade, se não pedir ajuda.
PASSO 2: acreditar no poder de Deus de restaurar sua vida, dá esperança a quem sofre com a desesperança e falta perspectiva de futuro.
PASSO 3: a decisão de entregar a vida ao Poder Superior Jesus Cristo combate o vazio interior, falta de significado/propósito de vida.
PASSO 4: fazer o inventário moral é uma excelente ferramenta de autoconhecimento. Identificar qualidades e ressignificar experiências de vida traumáticas ajudam na restauração da autoestima e na retomada do equilíbrio emocional.
PASSO 5: este passo é muito importante para a libertação de sentimentos de culpa e de vitimização que compõem o quadro depressivo.
PASSOS 6 E 7: apoio no processo de mudança com a adoção de atitude positivas e novos hábitos para uma de vida saudável física e emocionalmente.
PASSOS 8 E 9: passos para restauração dos relacionamentos quebrados e disfuncionais pela liberação de perdão das mágoas e ofensas sofridas e pelo pedido de perdão pelas ofensas e erros cometidos, obtendo assim libertação de sentimentos de amargura, rancor, raiva, ódio, culpa, remorso, vergonha.
PASSOS 10 E 11: o conhecimento e a comunhão com Deus pela prática da leitura e meditação na Palavra e da oração são essenciais diante dos sentimentos de desamparo, abandono, cansaço da vida.
PASSO 12: o incentivo a apoiar outras pessoas com o mesmo sofrimento emocional, estimula o altruísmo e a empatia, contribuindo significativamente para o crescimento emocional, combatendo o egocentrismo, o foco na própria dor, o isolamento e o sentimento de inutilidade .
Síria Giovenardi | Psicóloga
A caminhada de restauração não é um processo para ser vivido de forma solitária. Precisamos de outras pessoas para caminhar conosco, nos ajudar, encorajar e até chamar nossa atenção para áreas da nossa vida em que ficamos empacados ou continuamos na negação. No processo de restauração aprendemos a construir uma Rede de Apoio muito próxima composta pelo PARCEIRO DE PRESTAÇÃO DE CONTAS e o PADRINHO/ MADRINHA.
O QUE É UM PARCEIRO DE PRESTAÇÃO DE CONTAS?
Um parceiro de prestação de contas é uma pessoa em quem podemos confiar para nos cobrar sobre coisas importantes em nossa caminhada de restauração e também para partilhar as nossas lutas e vitórias do dia a dia. O objetivo principal desse relacionamento é encorajarmos uns aos outros.
“É melhor haver dois do que um, porque duas pessoas trabalhando juntas podem ganhar muito mais. Se uma delas cai, a outra ajuda a se levantar. Mas, se alguém está sozinho e cai, fica em má situação porque não tem ninguém que o ajude a se levantar… Dois homens podem resistir um ataque que derrotaria um deles se estivesse sozinho.” (Eclesiastes 4:9-12 – NTLH)
DICAS IMPORTANTES
Há poucos dias, fui procurada por uma jovem, querendo orientação sobre uma decisão que precisava tomar que implicava em terminar um relacionamento amoroso de algum tempo. Seu conflito era exatamente por fim a uma relação com um homem ciumento, agressivo, violento que a agride física e moralmente, envolvido com outras mulheres, que não a respeita, que vive a suas custas e que a mantém afastada de sua família e amigos. Mesmo assim, ela diz que o ama.
E, o que ela mais teme em deixá-lo, não são as suas ameaças de matá-la, mas de que ele fique sem a única pessoa que pode transformá-lo num homem bom, ela e seu amor por ele!
Isto não é amor! É doença! Uma doença chamada codependência.
A pessoa codependente vive em função de outra pessoa, seja filho, pai, mãe, marido, namorado, a qual quer controlar e dominar, tudo para obter reconhecimento e aceitação, como forma de compensar sua falta de amor próprio.
Emocionalmente dependente do outro, passa a viver a vida do outro, perdendo totalmente sua própria identidade. Não percebe que muitas vezes seus desejos e até seus sonhos e planos não são seus, mas da outra pessoa a quem está tentando controlar.
Acredita que é responsável pela felicidade do outro. É “a salvadora”, disposta a resolver os problemas do outro, e como carece de limites, constantemente invade o outro com orientações e conselhos que na verdade passam a ser imposições.
Desconhece seus próprios sentimentos, sacrifica-se pelo outro, sempre dizendo não para si mesma.
Tem muito medo de ficar sozinha, da rejeição e do abandono, fazendo de tudo para ser aceita, reconhecida e amada pelos outros.
Mas, há esperança para o codependente, de se tornar uma pessoa capaz de desenvolver relacionamentos sadios e, principalmente, de amar de verdade sem sobressaltos, sem dor, sem tristeza, sem ameaças, sem manipulação, mas um amor que… “é paciente, o amor é bondoso. Não inveja, não se vangloria, não se orgulha. Não maltrata, não procura seus interesses, não se ira facilmente, não guarda rancor. O amor não se alegra com a injustiça, mas se alegra com a verdade.” 1 Coríntios 13:4-6
Se você precisa de ajuda nesta área, no Celebrando Restauração, toda segunda-feira, funcionam grupos de apoio para homens e mulheres que lutam com a codependência.
Quase todo o dia a violência contra a mulher está presente na mídia, mostrando uma mulher ultrajada na sua dignidade e direitos de ser humano, sempre que é baleada, esfaqueada, queimada com fogo e soda cáustica, violentada, agredida, estuprada, abandonada, rejeitada, traída.
Esta mulher é menina, casada, jovem, solteira, mãe, viúva, tem mais de trinta, de quarenta, é avó, filha, rica, celebridade, da favela, médica, professora, dona de casa, advogada, não importa seu perfil, é sempre a mesma mulher humilhada, vítima de desrespeito de seus sentimentos e sonhos.
Se o homem, tanto enquanto ser como gênero, resolvesse seguir o tratamento que Deus designa que seja dado às mulheres, não seríamos uma sociedade tão retrógrada em relação a quem apenas anseia ser o que foi predestinada para ser:
Protegida – E aprendam a fazer o que é bom. Tratem os outros com justiça; socorram os que são explorados, defendam os direitos dos órfãos e protejam as viúvas. Isaías 1:17
Amada – Da mesma forma, os maridos devem amar cada um a sua mulher como a seu próprio corpo. Quem ama sua mulher, ama a si mesmo. Efésios 5:28
Respeitada – Portanto, tenham cuidado para que nenhum de vocês seja infiel à sua mulher. Malaquias 2:15
Reconhecida – Dêem a ela o que merece por tudo o que faz, e que seja elogiada por todos. Provérbios 31:31
Na Bíblia existem muitas mulheres que se destacam: Ester por sua coragem, Rute por sua lealdade, Débora por seu patriotismo, Ana por sua fé e perseverança, Maria por sua submissão e servitude, Marta por sua diligência, a mulher de Provérbios por sua virtude, a Samaritana por sua gratidão, dentre outras tantas.
Elas não precisaram da instituição de um dia para seguirem sendo lembradas por mais de dois mil anos. O que as torna notáveis foi serem o que Deus as fez para serem.
Nossa sociedade pós moderna, plena de avanços científicos, tecnológicos, sociais continua assistindo a mulher protagonizando papéis paradoxais.
Um dos papéis mais vividos pela mulher é o de VÍTIMA. Seja ela rica ou pobre, culta ou analfabeta, cidadã do país mais desenvolvido ou do mais atrasado economicamente, seja ela partícipe de sociedade norteada por valores liberais e igualitários, ou por valores rígidos e discriminatórios, a mulher ainda é desvalorizada, humilhada, desrespeitada, mal tratada, agredida, prostituída, explorada, escravizada, violada, assassinada. A violência contra a mulher faz parte do nosso cotidiano, é coisa corriqueira, amplamente divulgada na mídia.
Porém, esta mulher vítima não se entrega, luta, batalha, dá a volta por cima, vira o jogo, levanta bandeiras, aprova leis de defesa e proteção e torna-se uma SOBREVIVENTE. E segue em frente, trabalhando, estudando, criando os filhos, responsabilizando-se pelo sustento de sua casa. Ela é pedreira, gari, motorista de ônibus, médica, policial, juíza, e também, é mãe, esposa, filha, profissional, amiga.
E se esta mulher sobrevivente levantar seus olhos e reconhecer que não está abandonada à sua própria sorte, que há um Deus Criador que com ela se importa e que a ama incondicionalmente, ela se torna uma VENCEDORA.